Perícopes

Um dos hábitos de leitura da Bíblia, compartilhado pelas leituras devocionais e acadêmicas, e o de selecionar pequenos trechos para a interpretação. Na linguagem não técnica,chamamos esses trechos de passagens, que usamos para meditar, preparar estudos bíblicos, sermões, homilias etc.

Na linguagem técnica, esses pequenos trechos são chamados perícopes (literalmente, “cortado ao redor”), usadas para a organização dos comentários exegéticos, preparação de sermões, dissertações, teses etc.

Uma perícope é, assim, um pequeno trecho bíblico usado para o estudo e a comunicação da Bíblia. Em alguns casos, como em Salmos, vários deles são uma perícope. Em muitos casos, é difícil chegar a um acordo quanto à divisão de um livro da Bíblia em perícopes. Isso porque os livros foram escritos em outras culturas, com critérios diferentes dos nossos para organizar e estruturar textos.


Onde começa e termina uma perícope? Uma forma bem clara de saber e simplesmente seguir a divisão da Bíblia em perícopes que encontramos nas traduções contemporâneas. Outra, e seguir a divisão em perícopes de algum comentário bíblico. Podemos, porém, tentar descobrir por nos mesmos quais são as perícopes. Temos então de prestar atenção nas marcas lingüísticas que nos orientam na delimitação das perícopes (delimitar e estabelecer limites, definir começo e fim).

A palavra “sela”


        Sela: O substantivo “sela” (heb. Merkab) só aparece em Levítico 15.9. Ele significa “assento de cavalgadura” e refere-se ao couro ou mantel apertado nas costas do animal.

Sela: Uma fortaleza edomita cujo nome (heb. Sela) significa “pedra” ou “penhasco”.De acordo com 2 Reis 14.7, o rei Amazias de Judá capturou Sela em aproximadamente 790 a.C e mudou o seu nome para Jocteel.

Sela: O terceiro filho de Judá com a filha de Sua, um cananeu (Gn 38.5,11, 14,26; 46.12, Nm 26.20).

Selá: Uma anotação musical (heb.sela), encontrada principalmente nos Salmos, denotando uma pausa proposital no cântico dos Salmos, ou no acompanhamento instrumental.

Salmos


(Sl 3.2 )  “Muitos dizem da minha alma: Não há salvação para ele em Deus.” (Selá)
(Sl.3.4)   “Com a minha voz clamei ao SENHOR; ele ouviu-me desde o seu santo monte”. (Selá)

SUBSÍDIO - LIÇÃO 01 - 3 º TRIMESTRE DE 2014 - FÉ QUE SE MOSTRA PELAS OBRAS

                                                       

            INTRODUÇÃO

Neste trimestre estaremos estudando a epístola de Tiago, na qual o presente tema abordado é “Fé e Obras - Ensinos de Tiago para uma vida cristã autêntica”, sendo o comentarista da lição é o Pastor Eliezer de Lira e Silva.

            I – AUTORIA, LOCAL, DATA E DESTINATÁRIOS DA EPÍSTOLA.

a) Autoria.

O autor foi Tiago, irmão de Jesus, sendo que o nome Tiago é um vocábulo grego que pode ser transliterado como Jacó, um nome muito comum naquela época. (5)
No NT encontramos quatro homens com esse nome:
1-Tiago irmão de Jesus, filho José e Maria, tornou-se um líder importante na Igreja.      
2-Tiago filho de Zebedeu (At.1 a 12), apóstolo e também irmão do evangelista João.
3-Tiago filho de Alfeu ( Mt10.3).
4-Tiago o pai de Judas (não o Iscariotes), o apóstolo (Lc 6.16).
Portanto, concluímos que, a autoria da epístola recai sobre três desses homens mencionados como Tiago, ou seja, Tiago filho de Alfeu, Tiago filho de Zebedeu e Tiago irmão de Jesus.
Porém Tiago filho de Zebedeu foi morto por Herodes (At12.2) e a maioria dos estudiosos afirmam ser Tiago o irmão de Jesus.E também porque esta carta é destinada a comunidade de crentes que estava fora de Jerusalém, e na época que Tiago filho de Zebedeu era vivo o cristianismo ainda não tinha alcançado os arredores além e Jerusalém.sendo assim, a autoria recaí sobre o irmão de Jesus, devido a riqueza doutrinária.
Segundo a tradição, Tiago, que tinha o apelido de “o Justo”, narra a sua influencia extensiva aos crentes judeus por todo o Império. Era também considerado o “joelho de camelo”, devido a seu extremo fervor à oração, o que acabará por desenvolver calosidade em seus joelhos. A carta escrita por Tiago nos faz entender os primeiros dias da Igreja, quando os crentes perseveravam na doutrina dos apóstolos e na comunhão , no partir do pão e nas orações (At 2.42).Tiago foi martirizado em 62 d.C.(6)
Quando Paulo apelou a César e foi enviado a Roma por Festo, os judeus, desapontados em sua esperança de vê-lo atingido pela trama por eles armada, voltam-se contra Tiago, o irmão do Senhor, a quem os apóstolos haviam confiado o assento episcopal em Jerusalém.Ora, quanto ao modo pela qual Tiago morreu, já foi declarado pelas palavras de Clemente: que ele foi lançado de uma ala do templo e espancado com um malho até a morte.(7)
 Ananias, o sumo sacerdote, os escribas e os fariseus convocaram o Sinédrio, cerca do ano 62 d.C, e ordenaram que Tiago, “o irmão de Jesus, chamado o Cristo”, proclamasse de uma das galerias do templo que Jesus não era o Messias. Em lugar disso, Tiago bradou que Jesus era o Filho de Deus e Juiz do mundo. De imediato, seus inimigos enfurecidos o precipitaram para o chão e o apedrejaram, até que um circunstante, sentindo dó, deu fim aos seus sofrimentos com um golpe. (8) Não sabemos como e de que altura que segundo a tradição, Tiago foi lançado do Templo em Jerusalém, porém se formos analisar o templo nos dias de Jesus, a altura do pórtico onde ficava o pináculo (Mt 4.5) tinha uma queda de mais de 130 metros para o vale a baixo.(10)

b) Local e Data.

A epístola de Tiago é a primeira de um grupo de sete epístolas chamadas “gerais”, porque as mesmas foram destinadas a grupos de cristãos em várias partes do mundo grego-romano, e não somente a uma igreja em específico. (1)Está carta é chamada de “Provérbios do Novo Testamento”, por causa do seu estilo sucinto e seus ensinamentos pragmáticos. (16)
A epístola foi escrita cerca de 40 d.C, alguns defendem a idéia de ter sido no ano 50 d.C, porém é provável que tenha sido escrita entre os anos 40 a 45 d.C em Jerusalém, antes do primeiro concílio cristão (At.15). É 59º livro da Bíblia; e possui 5 capítulos; 108 versículos ; 24 perguntas ; 100 versículos de história; 8 versículos de profecias cumpridas.(2)Tiago escreveu no início da era cristã, provavelmente em meados dos anos 40 d.C. Esta conclusão é possível, por que: 1º os líderes da igreja eram professores (ou mestres) e anciãos (ou presbíteros) (3.1; 5.14), e não bispos e diáconos como foi o costume posterior; 2º aparentemente, os cristãos ainda se congregavam em sinagogas ; 3º verdades encontradas em cartas posteriores nas páginas do NT não são mencionadas aqui; 4º aparentemente a controvérsia sobre a necessidade de circuncisão dos crentes ainda não tinha ocorrido. (3)
Martinho Lutero, o grande reformador da fé nos tempos da reforma Protestante, suspeitava da carta de Tiago e a chamava de “carta de palha”, pois certamente não dava o peso e a importância as quais dava às suas cartas favoritas, gálatas e Romanos. A suspeita de Lutero e a compreensão errônea que outros tinham do livro de Tiago apontam para uma característica importante da interpretação bíblica. Precisamos tomar cuidado para ler a Bíblia no contexto do seu próprio tempo – não do nosso. Lutero e outros reformadores atraídos para livros como Gálatas e Romanos os quais ressaltam o significado da cruz de Cristo para todos os que nele creem. Por isso o livro de Tiago, com seu aspecto prático e ético da reação humana à iniciativa divina, encontrava pouca simpatia entre os reformadores. (11)
 A epístola de Tiago tornou-se problemática em virtude de sua aparente contradição com o ensinamento paulino da justificação pela fé (Tg.2.14 ; Rm 3.21-31).Em relação a suposta contradição entre o autor da epístola e a doutrina  paulina da justificação pela fé, tem-se Orígenes(185-254 d.C), Eusébio de Cesaréia (263-340 d.C), Jerônimo (342-420 d.C) e Santo Agostinho (354-430 d.C) que , com austera dedicação, empenharam-se em evidenciar a harmonia da carta com a doutrina encampada pelo apostolo Paulo, e , consequentemente, comprovar a autenticidade da epístola em questão, passando a igreja ocidental a reconhecer nas páginas dessa missiva os traços da inspiração divina e a sua inclusão no Cânon,(15)
Pode ser considerada a carta mais antiga do NT, entretanto, como a data da escrita da mesma é incerta a mesma afirmação se torna duvidosa.Os principais temas em enfoque na epístola podem ser descritos como Sabedoria Cristã, boas obras e religião pura.

c) Destinatários.

 Está escrito que a epístola foi destinada as “doze tribos que se encontram na dispersão”. Isto pode se referir a judeus que viviam fora da palestina, pois o termo “doze tribos” é uma referencia a nação judaica. Pedro no dia de pentecostes, falou para aquela grande congregação de judeus que eram vindas de diversas partes (At.2.9-11).Por dezenove vezes Tiago em sua carta se dirigi aos destinatários chamando de irmãos, tanto como na carne (por serem compatriotas judeus), como também no espírito(irmãos em Cristo).
A dispersão mencionada por Tiago pode se referir a dispersão que ocorreu conforme mencionada em (At.8.1-4) em decorrência a perseguição. E também se refere aos judeus que viviam fora da palestina, que sofriam muito, pois vivam entre os gentios que eram rejeitados por eles, por serem judeus, e também, sofria na própria pátria, pois eram judeus cristãos rejeitados por outros judeus, os seus próprios compatriotas. (17)

II- O PROPÓSITO DA EPÍSTOLA DE TIAGO.

Ao lermos a epístola de Tiago veremos que muitos judeus cristãos tinham diversos problemas em suas vidas e na congregação. Sendo que os mesmos passavam por diversos tipos de provações e enfrentavam tentações. Vemos também uma forte ênfase sobre acepção de pessoas, no que concerne aqueles que são  ricos eu outros que são pobres, entre outros problemas que são citados na epístola.
Vemos que a epístola se refere a conselhos práticos para a maturidade cristã.

III- ATUALIDADE DA EPÍSTOLA

           a) Num tempo de superficialidades espiritual.

A epístola de Tiago, nos mostra que a verdadeira fé se manifesta pelas obras, não se trata de apenas uma declaração verbalizada.Haja vista nos dias atuais, onde tantos princípios fundamentais a fé são questionados, e que a cada dia fica, mas nítido a perda de valores cristãos

b) Num tempo de confusão entre “salvação pela fé” ou “salvação pelas obras”.

Para alguns Tiago foi um opositor de Paulo em seus ensinos, quando disse sobre a fé e obras, entretanto veremos abaixo alguns argumentos que explicam essa suposta oposição:

           Tiago :“...uma pessoa é justificada por obras, e não apenas pela fé.” Tg 2:24
Paulo :“...o homem é justificado pela fé sem as obras ...” Rm 3:28

§  Tiago chama Paulo de “amado no concilio de Jerusalém, (At 15.25) evidenciando que entre eles não havia nenhum discórdia.
§  Quando Tiago escreveu sua carta em aproximadamente 40 d.C , Paulo não havia escrito nenhuma de suas epístolas, sendo a primeira de suas cartas a 1 Tessalonicenses escrita por volta de 50d.C
§  Na epístola aos Gálatas fica claro que Paulo e Tiago estavam em um mesmo espírito (Gl 2. 9)
§  Tiago não nega que só a fé salva. Antes, nega que a fé seja real onde não se manifesta por meio de obras, porque, segundo afirma, a fé é vista nas obras (2.18).(13)

O assunto em questão gira em torno do que Paulo e Tiago disseram em relação à fé e obras. Primeiro Paulo disse que o homem é justificado pela fé sem as obras da lei, e Tiago disse que o homem é justificado por obras.
Porventura há alguma discordância nos ensinos de Paulo e Tiago? É claro que não! Esta resposta é simples as obras que Paulo condena não são as mesmas obras que Tiago aprova e a fé que Paulo recomenda não é a mesma fé que Tiago se refere.
Paulo está combatendo o legalismo, o legalismo, que  por sua vez dizia, que se o individuo guardar a lei de Moisés o mesmo será salvo, diante disso Paulo afirmou que o homem é justificado em Cristo sem as obras da lei.
Tiago por sua vez não combate o legalismo, mas o antinomismo, que dizia que o homem precisava apenas da fé e mais nada para ser salvo.  

Outra espécie de antinomismo, tem seu ponto de partida na ideia de que Deus não vê o pecado nos crentes, porque os crentes estão em Cristo, que cumpriu a lei por eles. Disso tiram a falsa conclusão de que o comportamento dos crentes não faz diferença, desde que eles continuem crendo. Porém 1 Jo 1.8—2.1 e 3.4-10 indicam uma conclusão diferente. Não é possível estar em Cristo e, ao mesmo tempo, adotar o pecado como meio de vida(18)

Tiago refuta afirmando que a fé que salva ela vai produzir frutos e através das obras ficará evidente a fé, ou seja, não somos salvos pelas obras, mas por sermos salvos é que temos  boas obras, pois a declaração de fé sem obras é inútil.
As testemunhas de Jeová usam o versículo 1.13 de Tiago, para afirmar que Jesus não é Deus, ou seja, está escrito: “Deus não pode ser tentado”, partindo desse versículo, eles afirmam dizendo que Jesus não era Deus, pois foi tentado (Hb4. 15). O que o texto bíblico em referencia está declarando é que nenhum crime secreto, traiçoeiro e deliberado foi praticado pela vontade de Deus, que não pode ser responsabilizado pelas más ações dos homens. Além disso, o escritor aos hebreus é explicito ao declarar que Jeová foi tentado no deserto pelos israelitas:”Não endureçais os vosso corações , como na provocação , no dia da tentação no deserto , onde vossos pais me tentaram, me provaram, e viram  por quarenta anos as minhas obras”(Hb 3.8,9).Perguntamos:Será que as testemunhas de Jeová concluem que Jeová não é Deus por isso?(14)
Acadêmicos católicos que defendem a virgindade perpétua de Maria creem que Tiago, o meio irmão do Senhor Jesus era filho de José de um casamento anterior, ou primo de Jesus. Primeiramente não há nenhuma evidencia bíblica que comprove que José teve um filho em um casamento anterior, e quando a Bíblia usa a palavra “irmão de Jesus” no grego é “adelphos” que claramente indica irmão e não primo!(12)

c) Uma fé posta em prática

A vida cristã deve ficar evidente pelos frutos que produzimos, assim como conhecemos uma árvore pelos seus frutos, assim a nossa vida se faz conhecida pelos frutos que produzimos.

CONCLUSÃO.

Nem todos que crescem em estatura, crescem em maturidade .Há uma grande diferença entre crescer e amadurecer , só pelo fato de um cristão ser salvo há quinze anos isso não é garantia de ele é maduro no Senhor. Portanto neste trimestre com o estudo da epístola de Thiago vamos crescer cada vez mais em maturidade para com Deus.

BIBLIOGRAFIA.

(1) Manual Bíblico SBB,pág.749,SBB –Barueri-SP.
(2) Bíblia de Estudos Dake; pág. 1972; CPAD; Rio de Janeiro - RJ
(3) Bíblia de Estudo Defesa da Fé;  pag. 1961 ; CPAD; Rio de Janeiro – RJ
(4) Bíblia de Estudo Apologética ; pág.1248 ; ICP ; Jundiaí-SP
(5) Quem é quem na Bíblia Sagrada ; pág.636-638 ;Ed.Vida ; São Paulo – SP.
(6) Guia do leitor da Bíblia – Uma análise de Gênesis a Apocalipse cap. Por cap. Pág.869 ; CPAD.
(7)História Eclesiástica – Os primeiros quatros séculos da Igreja Cristã, pág.72, CPAD; Rio de Janeiro – RJ.
(8) Manual Bíblico de Halley – Editora Vida , pág.690, São Paulo – SP.
(9) Manual dos Tempos e Costumes Bíblicos – Crimes e Castigos – Willian Coleman, pág.313, Ed.Betânia.
(10) Usos e Costumes dos Tempos Bíblicos- Ralph Gower , Pág.351; CPAD; Rio de Janeiro - RJ
(11) Comentário Bíblico do Professor .Pág.1185-1186. Editora Vida ; São Paulo – SP.
(12) Bíblia de Estudo Apologética ; pág.1248 ; ICP ; Jundiaí-SP
(13) Bíblia de Estudo Apologética ; pág.1250 ; ICP ; Jundiaí-SP
(14) Bíblia de Estudo Defesa da Fé;  pag. 1961 ; CPAD; Rio de Janeiro – RJ
(15) Introdução Bíblica – A vontade de Deus através de Sua Palavra escrita , pág.136-137; IBAD.
(16) Bíblia com anotações de A.W . Tozer ; pág.1486 ;  CPAD; Rio de Janeiro – RJ
(17)Comentário W.W. Wiersb do NT , pag.381-382; Ed.Geográfica.



ACONTECIMENTOS NA VIDA DO APÓSTOLO PAULO

d.C 34 - A conversão de Saulo
d.C 36 - A viagem a Tarso para "anos em silêncio"
d.C 46 - A via para Antioquia
d.C 47-48 - A primeira viagem missionária 
d.C 48 - O concílio de Jerusalém 
d.C 50-51 - A segunda viagem missionária
d.C 51-52 - A primeira epístola escrita (1 Tessalonicenses) 
d.C 53 - A terceira viagem missionária
d.C 59 - A viagem para Roma
d.C 64 - O martírio 

SETE RAZÕES QUE INDUZ A MAL ESCOLHA

1- A cobiça dos olhos (Gn 3.6 ; Js 7.21)
2- O desejo da carne ( Jz 14.1-3 ; 2 Sm 11.2)
3- Olhar só o presente (tempo) (Gn 13.10 ; 2 Tm 4.10)
4-Ouvir maus conselhos (1 Rs 2.10 ; Sl 1.1)
5-Influência dos maus companheiros (1Co 15.33 ; Am 3.3)
6-Desinteresse pelas coisas sérias e importantes(Mt 19.22 ; At 20.9)
7-Desprezar a direção de Deus (1Sm 8.7 ; Jn 1.2 ; Pv 11.14)

CRISTO QUANDO VOLTAR, APARECERÁ...

1-Como Esposo (Mt 25.6 ; Ef 5.25,27)
2-Como Galardoador (2 Co 5.10 ; Mt 25.19)
3-Como Redentor ( Jó 19.25 ; Fp 3.20,21)
4-Inesperadamente (Mt 24.36-44)
5-Assim como subiu (At 1.11)
6-Como bem-aventurada esperança(Tt 2.13)

AS DIRETRIZES PARA ORAÇÃO


 1-A oração deve ser feita em nome de Cristo(Jo 14.13).
         2-A oração eficaz é oferecida com fé (Mt 21:22)
    3-A oração atendida emana de um coração obediente(Jo 15:17).
    4-A oração deve estar de acordo com a vontade de Deus (Mt26.42)
    5-A nossa oração deve ser feita sempre para a glória de Deus(Mt 6.13)
    6-A oração em segredo (Mt6:6)

8 COISAS QUE IMPEDEM A ORAÇÃO

     1-Iniquidade no coração (Is 59.12)
     2-Indisponibilidade para perdoar (Mt 6.12)
     3-Dúvida (Tg 1.6)
     4-Amor aos deleites (Tg 4.3)
     5-Coração altivo (Pv 16.5)
     6-Falta de perseverança (Rm12.12)
     7-Negligência na Palavra (Hb5.11 ; 6.12 )
8-Desavença conjugal (1 Pe 3.7)

Efeminados e Sodomitas

Definindo os termos Efeminados e Sodomitas

1.1 Texto de Estudo em várias versões.


1 Coríntios 6 . 9-10 (Versão King James)

Não sabeis que os injustos não herdarão o Reino de Deus ?Não vos deixei enganar :nem imorais , nem idólatras , nem adúlteros, nem os que se entregam a prática homossexuais de qualquer espécie,nem ladrões , nem avarentos , nem viciados em álcool ou outras drogas, nem caluniadores, nem estelionatários herdarão o Reino de Deus.

1 Coríntios 6:10 (Versão Almeida Revista Corrigida)

Não erreis: nem os devassos, nem os idólatras, nem os adúlteros, nem os efeminados, nem os sodomitas, nem os ladrões, nem os avarentos, nem os bêbados, nem os maldizentes, nem os roubadores herdarão o reino de Deus.

1 Coríntios 6:9 ( Nova Versão Internacional)

Vocês não sabem que os perversos não herdarão o Reino de Deus? Não se deixem enganar: nem imorais, nem idólatras, nem adúlteros, nem homossexuais passivos ou ativos.

1 Coríntios 6:9 (Versão Católica)

Acaso não sabeis que os injustos não hão de possuir o Reino de Deus? Não vos enganeis: nem os impuros, nem os idólatras, nem os adúlteros, nem os efeminados, nem os devassos.

1 Coríntios 6:9 (NTHL)

Vocês sabem que os maus não terão parte no Reino de Deus. Não se enganem, pois os imorais, os que adoram ídolos, os adúlteros, os homossexuais,


2.1 Etimologia das Palavras

• Efeminado no grego é “malakos” de origem incerta , que significa delicado e efeminado.

• Sodomita no grego é “arsenokoitês” abusador de (que contamina ) a si mesmo com a humanidade.

Outras definições sugerem que “malakos”, seja um jovem usado em atos homossexuais; um homem que submete seu corpo a lascívia não naturais. E que “arsenokoitês”, uma pessoa culpada de ofensas anormais ,um pervertido sexualmente.

Segundo o Dicionário da Enciclopédia Britânica do Brasil.

• Efeminado caracterizado por qualidades mais próprias a mulheres do que a homens.2.Que tem modo de mulher.3.Excessivamente delicado.

• Sodomita que pratica a sodomia.

• Sodomia concúbito de homem com homem ou de mulher com mulher, contato libidinoso entre pessoas do mesmo sexo, sem cópula mas com orgasmo.

3.1 Definindo as diferenças.

No texto de 1 Co 6.9-10 , o apostolo Paulo mostrou duas classificações para homossexuais , os “efeminados” e os “sodomitas”.A versão NVI nos dá uma clara compreensão acerca do assunto dizendo , “nem homossexuais passivos ou ativos”.

Os efeminados constituem-se os passivos, ou seja , que abusam de si mesmo como se fossem mulheres com homens .

Os sodomitas por sua vez representa o ativo, ou seja , que mantém relações sexuais com homem. A literatura rabínica logo dos primórdios da era cristã , definia o homossexualismo da sociedade grega como o pecado de Sodoma e Gomorra.Devido o homossexualismo ser praticado de forma generalizada em Sodoma , o mesmo é conhecido como o pecado de Sodoma, logo sodomita se refere a que faz uso de tal prática. Jd 7

As expressões “passivos” e “ativos” salientam a abrangência dos que agem como homens e dos que agem como mulheres no intercurso sexual não-natural”.

Versículos para leitura e efeito de estudo .

Gn 19-45 ; Lv 18.22,20.13 ; Jz 19.22 ; Rm 1.24 ; 1Co 6.10 ; 1Tm1.9-10

Inveja e Cobiça


(por Jefferson Tavares)

Inveja

No hebraico (qin´ah) significa, originalmente, uma queimadura no rosto, e então a cor produzida no rosto por uma profunda emoção, ou seja, ardor, zelo, inveja.

No latim (invídia) sig “espiar de perto para”; “olhar com intenção maliciosa”)

No Grego (zelos) é usualmente trazido no bom sentido como zelo, entretanto é usado no mau sentido , como inveja.

A intenção do verbo é expressar a forte emoção com que o sujeito deseja algum aspecto do objeto ou sua posse. Quando a pessoa tem zelo pela propriedade ou posição dos outros, esperando poder obtê-las.

Uma malevolência com respeito às vantagens que outros possam desfrutar.

Existem versões que substituem inveja por ciúmes, porém essas palavras não são sinônimos . O ciúme nos faz temer perder aquilo que possuímos, enquanto a inveja provoca tristeza pelo fato dos outros possuírem aquilo que não temos.

Cobiça – O pecado do desejo ilícito

Na Bíblia podemos encontrar varias palavras no texto original que nos ajudam a compreender o termo.

No hebraico

Hamad é a palavra que se remete ao desejo pela possessão alheia(Dt 5.21)

Betsa´ o desejo pelo lucro desonesto(Pv28.16)

´Avah o desejo egoísta (Pv21.26)

O verbo pode significar “desejar intensamente”, sentir prazer em , desejar apaixonadamente.A cobiça aparece também na Bíblia na forma de avareza, amor ao dinheiro,concupiscência , é o desejo irrefreado e ilícito por aquilo que pertence de modo legitimo ao nosso próximo.Entretanto isso vai além dos aspectos externos de nossas conduta e chega até as atividades ocultas da mente , do coração e da vontade, e revela os motivos e as intenções do coração.

A palavra grega traduzida por cobiça , descreve a sede de possuir mais,cada vez mais , sempre mais! Que o leva a ganância que é o anseio descontrolado de possuir sempre mais.

Resumo

Na cobiça a pessoa deseja intensamente aquilo pertence ao próximo, enquanto a inveja a satisfação se dá pela obtenção em detrimento do próximo,ou seja, a pessoa quer que o outro não tenha o que ela tem. Não basta ter algo igual ou semelhante.


BIBLIOGRAFIA

Novo Dicionário da Bíblia /J.D Douglas - 3 edição -São Paulo ;Vida Nova,2006.
A Palavra de Deus e o pecado/L.R.Shelton.Jr-Editora Aleluia,2002.
Bíblia de Estudo Palavra Chave  Hebraico e Grego-2 Ed, Rio de Janeiro,Cpad,2011.


Foi lançada a Bíblia “Rainha James” (Queen James)Written

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Como foi amplamente divulgado pela imprensa nessa semana, ativistas gays resolveram lançar sua própria Bíblia, onde, principalmente, os versos que condenam a prática homossexual foram “reeditados” para mostrar às pessoas que não existe condenação alguma da parte de Deus à prática homossexual (segundo essa Bíblia). Essa Bíblia foi batizada de “Queen James Bible” – (Bíblia Rainha James). O nome faz alusão à “King James Bible” (Bíblia Rei James), batizada originalmente em referência ao rei James da Inglaterra, que autorizou a primeira tradução para o inglês mais de 400 anos atrás. Como sempre desqualificar algo ou alguém parece ser a forma de afirmarem suas convicções.

Que os ativistas gays travam uma batalha contra aquilo que a Bíblia diz a respeito de suas práticas, todo mundo já sabe. Porém, essa iniciativa deles foi bem ousada agora. Apesar de terem sido ousados, a iniciativa apenas demonstrou claramente que eles fizeram uma manipulação dos textos para encaixar sua filosofia de vida e ficarem com sua consciência tranquila – Se já estivessem tranquilos por que precisariam fazer uma tradução da Bíblia adaptada aos seus interesses? Além disso, demonstrou também que, apesar de eles negarem, e até de certa forma rejeitarem a Bíblia, parece que a Palavra de Deus ainda cumpre o seu papel na vida do ser humano, incomodando o coração e confrontando o pecado, assim como disse o profeta Isaías a respeito da Palavra de Deus: “assim será a palavra que sair da minha boca: não voltará para mim vazia, mas fará o que me apraz e prosperará naquilo para que a designei.” (Isaías 55.11)
Vejo que essa iniciativa dos ativistas gays abre um longo caminho para que qualquer pessoa faça a sua própria tradução da Bíblia, conforme suas convicções. Assim, imagino que nos próximos anos poderemos ter Bíblias no mercado que sejam também reeditadas para que expressem a “verdade” de que Deus não vê com maus olhos o egoísmo, a avareza, a jactância (orgulho), a arrogância, a blasfêmia, a desobediência aos pais, a ingratidão, a irreverência, o desafeiçoado (sem amor), o implacável (cruel), o caluniador, o sem domínio de si, o inimigo do bem, a traição, o atrevido, o enfatuado (orgulhoso), o mais amigo dos prazeres que amigo de Deus, a prostituição, a impureza, a paixão lasciva, o desejo maligno, a ira, a indignação, a maldade, a maledicência, a linguagem obscena do falar, a mentira, a lascívia, a idolatria, a feitiçaria, a inimizade, a porfia (discussão, briga), o ciúme, a ira, a discórdia, a dissensão, a facção (divisão), a inveja, a bebedice, as glutonarias, a insensibilidade, a palavra torpe (palavrão), a amargura, a cólera, a gritaria, a malícia, a rebeldia, a impiedade, a profanação, o parricídio, o matricídio, o homicídio, o rapto de homens, o perjuro (jurar falsamente), a injustiça, o adultério, o maldizer… (2Tm 3. 1-4; Cl 3. 5-9; Gl 5. 19-21; Ef 4. 19-32; 1Tm 1. 9-10; 1Co 6. 9-11)



Todas essas coisas estão descritas nessa nossa tal Bíblia Sagrada, que tem sido odiada por muitos pelo fato de confrontar o homem em seus erros, a fim de que se volte à vontade de Deus. Porém, o homem prefere tapar seus ouvidos e criar a sua própria palavra conforme foi visto na iniciativa dos ativistas gays.
***

Fonte: Esboçando ideias via Púlpito Cristã


ESCOLA BÍBLICA DOMINICAL


1 TRIMENTRE DE 2013

Lição 02 : Elias, o Tisbita.

Professor Jefferson Luiz Tavares de Sousa.



INTRODUÇÂO

Nesta lição estaremos estudando a vida do profeta Elias, sua origem, sua chamada e sua missão. Sua biografia é uma das mais impressionantes da Bíblia, como afirmou Homer Heater acerca do ministério de Elias, “ O ministério de Elias é inigualável no meio dos ministérios inigualáveis” .

O baalismo promovido pela monarquia nos tempos de Elias, mergulhou a nação de Israel em um paganismo e sincretismo sem precedentes. A tarefa de Elias assim como a de Eliseu , era fazer com que Israel retorna-se para adoração única e genuína ao Senhor.

A história de Elias encontra-se em 1Rs 17.1 até 2 Rs 2.11.

Ele também é mencionado em : 2Cr 21.12-15 ; Ml 4.5,6 ; Mt 11.14 ; 16.14 ; 17.3-13 ; 27.47-49; Lc 1.17; 4.25,26 ; Jo 1.19-25 ;Rm 11.2-4 ;Tg 5.17,18.

Segundo Finis Jennings Dake, existem 69 referencias no AT e 30 no NT que se relacionam ao profeta Elias.

Na Bíblia Sagrada encontramos 4 homens com o nome Elias , o primeiro é o profeta Elias , o segundo é um dos filhos de Jeroão 1 Cr 8.27 , o terceiro é um descendente de Harin mencionado em Ed 10.21, o quarto é um descendente de Elão mencionado em Ed 10.26.

O nome Elias ( `Eliyyahu ) significa “meu Deus é Jeová”, reflete seu caráter, um homem totalmente dedicado ao Senhor.

Elias atuou no Reino do Norte por volta de 870 – 845 a.C, em plena dinastia amrida, nos reinados de Acabe e Jorão.

Elias não deixou nenhum livro escrito como os demais profetas literários, como Isaias, Malaquias etc..., mas podemos encontrar em 2 Cr 21.12-15, quatro versículos que foram escritos por ele.

Na introdução da lição 02 , na qual se baseia o presente estudo, o ilustre comentarista Pr. José Gonçalves nos diz que, o profeta Elias ... é um homem enigmático que protagoniza os fatos mais impactantes na história do profetismo de Israel. Diante disso vale ressaltar o que foi o profetismo em Israel.

Segundo o dicionário teológico : O profetismo , movimento que, surgido no século VIII a.C., em Israel, tinha por objetivo restaurar o monoteísmo hebreu, combater a idolatria, denunciar as injustiças sociais, proclamar o Dia do Senhor e reascender a esperança messiânica num povo que já não podia esperar contra a esperança. Tendo sido iniciado por Amós, foi encerrado por Malaquias. João Batista é visto como o último representante desse movimento.

I. Elias viveu em um tempo marcado pela decadência moral e espiritual de Israel.

A degradação espiritual e moral de Israel aconteceram de forma gradual, tendo seu inicio com Salomão, seu crescimento com Jeroboão e se generalizando no reinado de Acabe.Salomão ao assumir o trono que era de seu pai o rei Davi, se vê diante de duas importantes responsabilidades governar o povo e ser o líder espiritual da nação, e vemos no inicio de toda sua história, Salomão pedindo sabedoria a Deus , pois o mesmo sabia de suas responsabilidades como novo monarca em Israel.Porém naquilo que concerne a responsabilidade espiritual para com Deus e Israel,Salomão fracassa, entretanto o fracasso de Salomão é gradual, ele toma certas atitudes que culminam na grande apostasia que tomou Israel. Salomão amou muitas mulheres estrangeiras, além de ter se casado com a filha de faraó, pois a Bíblia nos diz que Salomão tomou para si mulheres de Moabe, Edom, Sidom e dos hititas,conduta que reprovada pela lei Dt 17.14-17, e foram elas que o levaram a adoração aos outros deuses.E neste instante que o sincretismo, o paganismo e a apostasia se instalam em Israel culminando com a divisão da nação em duas partes.

Já com a nação dividida a situação do Reino do Norte se torna pior que a de Judá, sobe o reinado de Jeroboão, ele estabeleceu dois centros de adoração, um em Betel e outro em Dã, onde colocou 2 bezerros de ouro, e com isso fez pecar todo Israel, Jeroboão tentou impedir a qualquer custo a unificação de Judá com Israel, pois se isto acontecesse poderia ele perder os privilégios reais .Jeroboão violou os mandamentos e as alianças com Deus , seguindo outros deuses e rejeitando o Deus de Israel.

O ápice da apostasia se deu com Acabe, depois de suceder Onri, Acabe reina por 22 anos, que são considerados como os anos de maior decadência espiritual e moral da nação.Como se não bastasse a apostasia entre o povo, Acabe se casou com Jezabel, o qual inseriu seu deus Baal e a adoração a Aserá em Samaria.

Jezabel , mulher de Acabe tentou de todas as formas erradicar a adoração a Javé, podemos verificar isto nos relatos apresentados no livro dos Reis.O mordomo de Acabe Obadias ao falar com Elias, faz apresenta o seguinte relato “destruindo Jezabel os profetas do Senhor..1Rs18.4, está mulher ímpia alem de matar substitui os profetas de Deus por falsos profetas, pois em 1Rs18.19 está escrito acerca dos profetas que comiam na mesa de Jezabel.A apostasia estava generalizada “...porque os filhos de Israel deixaram o teu concerto,derribaram os teus altares e mataram os teus profetas à espada...1Rs 19.10.É neste contexto que Elias é usado por Deus para trazer uma mensagem de juízo sobre a nação.

No cap 17 do primeiro livro dos Reis, temos o seguinte relato acerca da mensagem do profeta Elias ao rei de Israel Acabe. A mensagem se trata da seca que haveria de vir sobre Israel que segundo a epístola de Tiago (5.17) e Lc 4.25, foram 3 anos e 6 meses de seca, esse juízo de Deus foi em decorrência a apostasia que havia infestado o Reino do Norte . Deus através do ministério de Moisés havia alertado o povo que se eles desviassem e servissem outros deuses , o Senhor fecharia os céus e a seca viria sobre eles Dt 11.16-17., isso foi também um sinal aos adoradores de Baal que criam que o mesmo controlava a chuva que vinha sobre a terra e a abundância nas colheitas.

II. A identidade de Elias.

A identidade do profeta Elias é um ministério, uma das palavras usadas pelo Pr. José Gonçalves para descrever Elias é “um homem enigmático” .e isto se dá por alguns fatos, vejamos a seguir.

O local de origem de Elias, Tisbe não é mencionada em nenhuma passagem da Bíblia a não ser em 1Rs 21.17 ;2Rs 1.3,8;9.36, Gileade a região de origem do profeta Elias, era é uma região cuja o aspecto era solitário, onde os habitantes tinham características de pessoas rudes e de aspecto físico considerável.Era um lugar isolado no nada , não era conhecido como Tarso da Cilícia que era uma das maiores cidades de Roma, onde se ensinava retórica,matemática, ética ,gramática e música, era tão grande a reputação de Tarso que até o próprio imperador Cesar Augusto foi educado nela.Em contra partida, Tisbe não era nenhum centro acadêmico da época e muito menos região habitada por grandes eruditos, Tisbe se resumia em um lugar no meio do nada, que se situava ao leste do Rio Jordão.

Não há nenhum registro da linhagem de Elias,ou seja, não encontramos nenhum registro elaborado acerca da genealogia de Elias, não há nenhuma menção se Elias pertencia á algum grupo especifico de sua época, não temos nenhuma informação sobre o seu passado em especifico, também não temos nenhuma menção de sua família ou tribo.Por exemplo quando ouvimos falar de Davi sabemos quem eram seus pais seus irmãos, ou seja, sua genealogia , sua vida passada com as ovelhas de seu pai.

Nenhuma menção de títulos se faz a Elias, não tinha fama, nenhum titulo ou influência política lhe é atribuída, nenhum titulo ou coisa que se assemelhe a isso.Resumindo nas paginas sagradas Elias é apresentado a nós de maneira enigmática ou seja um homem que aparece do nada com uma sublime tarefa e que se torna um dos maiores profetas do Antigo Testamento, sendo considerado pelos judeus como o lendário profeta de Israel.

Entretanto se observamos no decorrer da historia poderemos ver vários servos do senhor que surgiram do nada e se tornaram um marco em sua época, podemos citar o pregador avivalista Christmas Evans que aos 17 anos experimentou a graça da salvação, um jovem caolho e corpulento que tempos depois clamou ao Senhor em uma viagem para Maentworg, após esse relato Christmas sacudiu o pais de Gales com sua pregação e vidas foram agraciadas por um grande avivamento.Outro grande exemplo podemos extrair da vida do Missionário Daniel Berg que nasceu em Vargom uma cidadezinha na Suécia, o mesmo conheceu Gunnar Vingren durante uma conferencia em Chicago, e convencidos e impulsionados pelo Espírito de Deus vieram para o Brasil onde fundaram a Assembleia de Deus em 1911.Podemos falar sobre São Luiz do Curu, quem conhece esse local, uma cidade pacata e pequena, pois bem foi dela que veio o Pastor José Wellington Bezerra da Costa atual presidente da CGADB e da Assembleias de Deus no Brasil ministério do Belenzinho.

Com isso vemos ao longo da história, Deus escolhendo e capacitando homens aparentemente comuns para realizar feitos extraordinários.

Elias é apresentado para nós com a seguintes características descritas em 1Rs 17.1 “Então Elias o Tisbita , dos moradores de Gileade, disse a Acabe :Vive o Senhor em cuja face estou, que neste anos nem orvalho nem chuva haverá, senão segundo a minha palavra”

Sobre Elias neste versículo podemos analisar duas informações , a primeira é “Vive o Senhor” (ARC). Na NVI traduz como “Juro pelo nome do Senhor” , a NTLH traduz como “Em nome do Senhor” .O versículo em si corresponde a 13º profecia cumprida no 1º livro de Reis ,isto representa e evidencia o oráculo entregue a Elias , mostrando a autoridade de sua palavra, cuja origem estava em Deus, apontando Elias como um porta-voz do Senhor e provando com isso ser ele um profeta enviado por Deus.E a segunda é “em cuja face estou” (ARC), a NVI traduz como “a quem sirvo”, NTLH traduz “de quem sou servo” ,as duas informações que temos de Elias é que ele foi um profeta e servo do Deus Altíssimo, não sabemos quando Deus o comissionou, ou seja , a data especifica, apenas podemos compreender que ele aparece no momento mais crucial e obscuro de Israel com uma sublime tarefa.



III. O ministério de Elias .


Podemos considerar 4 etapas sobre a vida e obra de Elias para efeito de estudo.A primeira se dá com seu confronto com Acabe (1Rs.17), a segunda no monte Carmelo confronto que se deu com os profetas de Baal(1Rs.18), a terceira o seu confronto com a rainha Jezabel ( 1 Rs 19) e a quarta do seu confronto relacionado a Palavra de Deus ( 1Rs.19).

A vida de Elias é repleta de milagres extraordinários. A bíblia menciona três vezes que o profeta é alimentado de forma miraculosa, a primeira é por corvos,a segunda foi por uma viúva que se encontrava na miséria e a terceira por um anjo.A ressurreição do filho da viúva, foi um milagre que provou ser Deus o dono de toda vida, milagre que fez a mulher dizer a Elias : Tu és um homem de Deus...1Rs 17.24

Elias mostrara aos Israelitas que, Jeová era o Senhor do universo que tem o poder de controlar todas as coisas , inclusive a chuva , na qual os Israelitas criam ser uma dádiva de Baal.Logo no inicio de 1 Rs 17 , vemos o profeta trazendo uma mensagem de juízo ao povo de Israel, uma seca de 3 anos e meio, que seria como um sinal.

Elias era um homem que tinha uma confiança simples e total no Senhor.Quando Elias enfrentou os profetas de Baal no monte Carmelo,que faz parte de uma cadeia de montanhas que atinge 530 metros de altura, lá ele mostrará a sua fé e confiança no Senhor, aponto de escarnecer dos profetas de Baal, que sem sucesso clamavam ao seu impotente deus, porém o fato ocorrido no monte Carmelo não teve a repercussão na qual Elias esperava, e neste ponto que começa a peregrinação de Elias ao monte Sinai, local onde Deus apareceu a Moisés, daí por diante , após a peregrinação no Sinai, Elias com a sua confiança renovada no Senhor novamente volta para a batalha 1 Rs 19.15-18.

Devemos ter em mente que apesar da demonstração no monte Carmelo, mesmo assim , houve um ressurgimento da adoração a Baal, que se tornará um culto estatal em Israel.Não basta fazer fogo cair do céu se o pecador não der lugar para o Espírito de Deus, que convence do pecado ,da justiça e do juízo .

Em relação a proporção da idolatria no Reino do norte, vemos o Senhor comissionando a Elias para ungir a Jéu, que foi um instrumento para acabar com toda a casa de Acabe.

Elias também executou fielmente a vontade de Deus em escolher e preparar um sucessor que foi Eliseu. A ultima cena, quando Elias é elevado ao céu em redemoinho quando Eliseu teve uma visão de uma carruagem de fogo e cavalos que aconteceu ao leste do Jordão .Neste relato vemos o pedido de Eliseu acerca da porção dobrada, uma linha de interpretação dessa passagem é que naqueles tempos a porção dobrada era dada ao filho mais velho , que recebia a herança do pai em dobro se comparada aos demais irmãos, então naquilo que se referia o pedido de Eliseu era que o mesmo o marcaria como o herdeiro e sucessor de Elias neste terra.

IV. Elias e a monarquia.

Os profetas no Antigo Testamento, serviam muita das vezes de conselheiros na casa real, por exemplo,o profeta Natã, Isaías e Gade, eles eram consultados pelos monarcas acercas de decisões a serem tomadas, por outro lado os profetas eram usados por Deus para denunciar o pecado desses monarcas, como no caso de tantos profetas na qual Deus usou, como Jeremias, Eliseu, Amós etc.E isto podemos ver na vida do profeta Elias este homem enigmático , que surge do nada para confrontar os pecados de Acabe.

“E sucedeu que ,vendo Acabe a Elias , disse-lhe Acabe: És tu perturbador de Israel?Então disse ele:Eu não tenho perturbado Israel, mas tu e casa de teu pai...” 1Rs18.17,18.

És tu perturbador de Israel? Neste relato vemos uma característica de Acabe, o pecador não admite e não quer reconhecer que ele próprio é o responsável pelas consequências de seus atos, entretanto, este tipo de atitude é deste os primórdios da criação, no jardim do Éden , quando a Adão lança a culpa do seu pecado em Eva e Eva por sua vez na serpente, porém vemos que Deus julgou tanto a Adão como a Eva e a serpente, aprendemos com isso que Deus levará a juízo os atos de cada um , afinal temos o livre arbítrio de optar em escolher fazer a vontade de Deus ou optar pelo pecado.Pois a responsabilidade dos nossos atos recai sobre nós mesmos!

“Eu não tenho perturbado Israel, mas tu e casa de teu pai..” Quando encontramos o termo a casa de teu pai , a Bíblia está se referindo que todas as consequências desastrosas em Israel tinha um histórico de precedentes. No total o Reino do Norte teve nove dinastias e 20 reis e nenhum deles foi fiel ao Senhor, como diz a Bíblia todos andarão nos caminhos de Jeroboão filho de Nabate 1Rs16.26.

Jeroboão filho de Nabade reinou entre 930-909 a.C e nos diz a Bíblia acerca de Jeroboão “o qual pecou e fez pecar todo Israel 1Rs 14.16. Onri o pai de Acabe reinou em 885-874 a.C e nos diz a Bíblia , “E fez Onri o que era mal aos olhos do Senhor ; e fez pior que todos quanto foram antes dele” 1Rs 16.25 .E Acabe por sua vez, reinou entre 874-853 a.C e acerca dele está escrito “E fez Acabe o que era mal aos olhos do Senhor , mas do que todos que foram antes dele.1Rs 16.30 .

Diante dessas evidências podemos avaliar que a situação nos tempos do rei Acabe eram de trevas espirituais.Os reis de Israel tinham papéis fundamentais para com o povo, além de serem líderes políticos eram líderes religiosos, uma espécie de guia espiritual.A nação de Israel estava corrompida pois não havia referências a serem seguidos em relação a monarquia representada por Acabe e Jezabel. Veremos a seguir as ações por parte da monarquia de Israel no reino do norte.

A generalização da idolatria (1Rs 16.31-34) os liderados se tornam um reflexo de seus líderes, o mesmo aconteceu com o povo de Israel, que se vendeu a toda prática idolatra de seu tempo.A rainha Jezabel mulher na qual o rei Acabe se casou e fez aliança com a Fenícia , lembrando que assim como esse casamento trouxe força política e benefícios em termos comerciais, essa união trouxe também males incalculáveis para Israel. Acabe era o rei, mas quem ditava as ordens era Jezabel,e vemos no decorrer da Bíblia que Jezabel fez de tudo por sua religião, e isso se dá pelos esforços empreendidos por ela para eliminar a adoração a Jeová.Jezabel persuadiu o seu marido a adoração a Baal o deus fenício que ela servia que era chamado de Melcarte.Trouxe ela também o culto a Astarte e a outras divindades .

O culto a essas divindades não tinha apenas como características a sexualidade desenfreada, mas também era marcado pela violência, havia sacrifícios humanos, muitos deles de crianças, os seus adeptos muitas das vezes se chicoteavam e se mutilavam.Esses ídolos levavam o povo a imoralidade sexual e a violência.

Outro elemento que estava relacionado ao culto era os alucinógenos que eram extraído de certas raízes e folhas e era considerado o estado de alucinação uma respostas dos deuses aos homens.Sem contar também as prostitutas sagradas que tinha o seu papel fundamental no culto.

O martírio dos profetas (1Rs 18.4) Jezabel ordenou que todos os profetas fossem exterminados, e substituindo eles por falsos profetas que comiam em sua mesas. Porém vemos Deus levantando homens dentro do próprio palácio para preservar as vidas desses homens, como no caso de Obadias o mordomo de Acabe, que escondeu 100 profetas, nisto vemos em tempos difíceis Deus preservando a vida de seus servos.

V. Elias no Novo Testamento.

Encontramos no NT diversas referências do profeta Elias, porém estaremos abordando duas delas, a que se refere a João Batista e Elias e no monte da transfiguração.

Elias e João Batista.Logo no começo do evangelho segundo escreveu João em Jo 1.19, podemos ver os líderes religiosos da época questionando João Batista acerca de sua real identidade, e uma das perguntas dirigidas a João foi “És tu Elias?”, o fato desses líderes perguntarem a João se eles era Elias , está relacionado com uma das crenças do judaísmo do I século, em que Elias iria ungir o messias e este ato evidenciaria que ele mesmo era o Elias que haveria de vir, o fato é que os judeus criam que o João Batista fosse Elias ressuscitado, os próprios judeus acreditavam que Elias viria do céu e vivesse entre eles, entretanto o próprio João respondeu a esse questionamento dizendo “Não Sou” Jo1.21.

Segundo Matthew Henry: Ele na verdade, havia sido profetizado sobre o nome de Elias (Ml 4.5), e ele veio no espírito e virtude de Elias(Lc1.17), e ele era o Elias que havia de vir (Mt11.14), mas ele não era a pessoa de Elias ( do AT), o que subiu ao céus e que apareceu no monte da transfiguração.Ele era o Elias que Deus tinha prometido, não o Elias o qual eles tinham sonhado...Ele nem se fez conhecer como Elias , porque eles tinham prometido a si mesmos um Elias completamente diferente daquele que Deus lhes havia prometido.

Em Lucas 1.17 está escrito “ e irá adiante dele no espírito e virtude de Elias, para converter os corações dos pais aos filhos...”, este versículo se refere a João Batista, entretanto o que a Bíblia nos mostra é que haveria peculiaridades entre os ministérios de Elias e João Batista, e não que ambos fossem a mesma pessoa.Algo que o espiritismo Kardecista defende, dizendo ser João Batista a reencarnação de Elias do AT, heresia descrita no livro O evangelho segundo o espiritismo ,pp.25,27.

Veja só as semelhanças existentes entre Elias e João Batista.



Ambos foram ungidos com o mesmo Espírito de poder (2Rs1.9– Lc1.17).

Ambos eram familiarizados com o deserto e solidão( 1 Rs 17.3 – Lc 1.80).

Eles usavam vestes similares ( 2 Rs 1.8 – Mt 3.4).

Eram corajosos para repreender os reis ( 1 Rs 18.17 – Mt 4.4).

Os reis queriam mata-los ( 2 Rs 1.9 – Mt 14.3).

Eram pregadores da justiça ( 2 Rs 18.20 – Mt 21.32).

Eram considerados inimigos da rainha ( 1 Rs 19.1-7 – Mt 14.3-12).

Ambos tiveram um lapso na fé (1 Rs 19.1-7 - Mt 11.1-6).

Ambos eram profetas(1Rs 18.22 – Mt 11.9).

Tiveram grande influência sobre Israel (1Rs 18.25-41 – Mc 11.32).

Não era de se esperar que o judeus logo pensassem que João Batista era Elias, ao observarem João logo entenderam se tratar de Elias, devido a similaridades existentes entre ambos, sem contar que João apareceu na mesma região do país que Elias foi levado ao céus.

Elias no monte da transfiguração.

Segundo o manual Bíblico SBB: O reaparecimento de Elias na transfiguração de Jesus(Mt 17) enfatiza a posição singular deste homem entre todos os profetas de Deus.

Estaremos abordando este assunto com maior precisão na lição de número 9.

Conclusão

Elias viveu em uma época marcada pela decadência moral e espiritual de Israel, um momento de corrupção política, moral e espiritual.A sua vida nem sempre foi de tranquilidade, mas ele foi vitorioso em seu tempo, e isto nos mostra que nós que vivemos em tempos trabalhosos podemos ser vitoriosos mesmos cercados de tanta corrupção de nossos dias se obedecermos ao Senhor e confiarmos inteiramente Nele.












Subsídio : O Livro de Naum

Esboço do Livro

Título (1.1)
I. A Natureza de Deus e do Seu Juízo (1.2-15)

A. Características da Administração da Justiça de Deus (1.2-7) B. A Ruína Iminente de Nínive (1.8–11.14)
C. Consolo para Judá (1.12,13, 15)

II. Vaticínio a Respeito da Queda de Nínive (2.1-13) A. Introdução (2.1,2)

B. O Combate Armado (2.3-5)
C. A Cidade é Invadida e Devastada (2.6-12) D. A Voz do Senhor (2.13)

III. Razões da Queda de Nínive (3.1-19)

A. Os Pecados da Crueldade de Nínive (3.1-4)
B. A Justa Recompensa da Parte de Deus (3.5-19)

7.1. Data

A profecia de Naum antecipa a queda de Nínive. O profeta fala sobre a queda da cidade com uma clareza e uma intimidade possíveis somente se tal acontecimento estivesse quase imediato. Isso data a profecia de Naum como pouco antes da queda daquela cidade, em 612 a.C. O profeta também menciona o saque de Nó-Amom (3.8), como fato consumado. Essa cidade foi pilhada pelo rei Assurbanipal, da Assíria, cerca de 670 a.C. Esta profecia, por conseguinte, pode ser datada entre esses dois eventos. Outra pequena partícula de evidência interna sugere que a data pode ser fixada com mais precisão como pouco depois da reforma de Josias, em 621 a.C. Há uma referência (1.15) que sugere que a importância da observância das cerimônias religiosas estava bem fresca nas mentes do povo de Judá quando

o livro foi escrito. Portanto, podemos estabelecer, como tentativa, a data da profecia, como entre 621 e 612 a.C. O profeta, portanto, teria sido contemporâneo de Sofonias, Habacuque e Jeremias.

7.2. O Homem

O escritor é descrito como "Naum, o elcosita". O nome Naum quer dizer "consolação", "conforto" ou "alívio". Apesar de que a mensagem primária de Naum é a iminente destruição de Nínive, uma das conseqüências necessárias da queda do tirano assírio era o alívio da oprimida Judá. Nesse sentido, a mensagem de Naum justifica o nome do profeta. Ele não tinha palavra de julgamento ou condenação contra seu próprio povo, mas apenas de conforto. Ele declara, em nome do Senhor: "eu te afligi, mas não te afligirei mais. Mas agora quebrarei o seu jugo de cima de ti, e romperei os teus laços" (1.12-13).

"Elcosita", a designação suplementar do profeta, indica que Naum estava intimamente ligado com a localidade conhecida como Elcós. Quatro localizações são sugeridas para esse lugar. Jerônimo dizia que Elcache (Het kesai) era uma pequena aldeia da Galiléia e que lhe fora mostrada por um guia. Outra sugestão é Cafarnaum, na Galiléia, nome esse que é transliteração de duas palavras hebraicas que significam "vila de Naum". Uma terceira identificação é Alquis, perto de Mossul, na Assíria, que localmente se considera cidade nativa do profeta Naum. Em quarto lugar, Pseudepifânio mantinha que "Elcesei" era uma vila de Judá.

Dessas quatro tradições, a terceira não recua mais que o século XVI de nossa era. No concernente às duas primeiras, não há evidência, dentro do texto, que sugira um ambiente galileu para Naum. Naturalmente, se aceitarmos a tradição que Naum era um deportado na própria Nínive, não se poderia esperar traços de ambiente galileu. Porém, parece que nos tempos neotestamentários, não havia tradição que Naum tivesse vindo da Galiléia (cf. Jo 7.52, que, entretanto, se esquece de Jonas). Tal origem para o profeta pode ser posta em dúvida em outras bases. A quarta sugestão liga Naum a Elcase, "da tribo de Simeão". Nesse caso, Elcase pode ser localizada perto de Beit-Jibrin, entre Jerusalém e Gaza. Pode ser observado que há evidência que aponta para o fato que Miquéias também veio daquelas circunvizinhanças. Essa região parece ter produzido a piedade juntamente com

o gênio.

7.3. Sua mensagem

A nota primária da mensagem de Naum é: "A mim me pertence a vingança; eu retribuirei, diz o Senhor". "O Senhor é um Deus zeloso e que toma vingança" (1.2). A palavra “zelosa”, neste passo, significa o intenso sentimento de Deus para com Seus inimigos. Naum apreendeu e declarou com apaixonada insistência essa grande verdade que a ira de Deus é provocada pela iniqüidade. Ele tolera os homens por longo tempo, mas Sua ira termina por ser despertada. Então Ele castiga aqueles que o têm provocado. Ele golpeia e leva

a completo final. A ira de Deus é terrível e inescapável. Aquele que divide os céus escurecidos pela tempestade com lanças de faíscas e faz rachar as rochas, é um horrível adversário. O débil homem nada significa perante Ele. Os homens podem tomar conselho entre si. Podem dizer: "Somos fortes. Quem nos pode derrubar?" Mas Deus, tratará do caso deles. Não importa quão poderosos sejam, não importa quantos ajudadores possam ter, Deus infligir- lhes-á um golpe mortal. Tem havido outros mais fortes que eles. E foram derrubados. Assim também os inimigos de Deus sempre serão vencidos.

Em adição, Naum destaca dois pecados em particular, para denunciá-los. Primeiramente temos o pecado de violento poder militar. Em resultado desse mal, o sangue se derrama em rios, nações são aniquiladas, instituições são destruídas e a guerra é feita com toda espécie de ferocidade (2.11-13). Quanto àqueles que assim violam as decências da existência humana, é declarado: "Eis que estou contra ti, diz o Senhor dos exércitos". O outro pecado, que Naum denuncia, é o comércio sem escrúpulos. As nações vizinhas eram corrompidas para que eles pudessem ministrar aos luxos e vícios da cidade conquistadora. Os comerciantes, motivados por ambição pelo ouro, vendiam suas mercadorias numa cidade que desejava coisas finas. Permitia-se que a moralidade e a honestidade perecessem, a fim de que pudessem ser adquiridas as riquezas e desfrutados os prazeres (3.1-4). Contra esse pecado, semelhantemente, é decretado o mesmo julgamento, com sombria simplicidade: "Eis que eu estou contra ti, diz o Senhor dos Exércitos" (3.5).

A seu próprio povo Naum declara que os mensageiros trazendo boas novas já estavam a caminho. Como expressão de gratidão pela destruição do opressor,

o povo de Judá deveria observar os períodos religiosos e desincumbir-se escrupulosamente das obrigações de sua fé (1.15).

7.4. Sua significação como profeta

Tal qual Catão, o senador romano, que encerrava cada um de seus discursos no senado com as palavras Carthago delenda est, ou seja, "Cartago precisa ser destruída", Naum estava obcecado por uma idéia: Nínive delenda est. Seu olhar estava fixado sobre Nínive e seus pecados. Embora sincero, intenso e eficaz, ele não tinha muito a dizer sobre os elementos íntimos da religião autêntica. Ele não exortava por um retorno pessoal e nacional à justiça, mas antes à observância das festividades religiosas, como também Amós fazia (Am

4.4-5). Ele não procurava conquistar seu próprio povo com a ternura de Miquéias (Mq 6.3). Ele não proclamava misericórdia para com todos os homens, nem mesmo para Nínive, com a largueza de visão e a diáfana claridade do livro de Jonas.
Não obstante, por mais limitada que tenha sido a mensagem de Naum, sua posição entre os profetas é garantida. A data em que a sua profecia foi composta pode talvez explicar sua aparente falta de preocupação pelos pecados de seu próprio povo, bem como suas omissões, não apontando suas obrigações morais e espirituais, e sua aparente falta de caridade para com a própria Nínive. Se é que a sua profecia foi composta pouco antes de 612 a.C.

(a queda de Nínive), então não foi escrita muito tempo depois da reforma de Josias (621 a.C.). É verdade que Jeremias percebeu que essa reforma não era suficiente; mas Naum pode ter sentido que a nação seguia agora pelo caminho certo. A desilusão provocada pela morte precoce de Josias, em 609 a.C., ainda

não havia tido lugar, e o alívio sentido devido à iminente destruição de Nínive era tão intenso que fazia Naum esquecer-se de todas as demais considerações.

A profecia de Naum tem sido apropriadamente chamada de "o clamor de uma consciência ultrajada". É uma apaixonada assertiva que a justiça prevalecerá em sua inflexível retribuição. Essa verdade é por ele declarada com insistência. Ele proclama sua necessidade moral. Ele contempla sua realização com lucidez sem paralelo. Ele prevê seu cumprimento completo. No grande corpo de verdade, ensinado pelos doze profetas, essa verdade é particularmente propriedade de Naum e, se sua profecia é a profecia de uma idéia, pelo menos ele apresenta essa idéia com grande poder e completa eficácia.

7.5. Contribuições singulares

7.5.1. Caráter retribuidor de Deus (1.2,6)
De modo semelhante a Miquéias, Naum principia enfatizando a grande ira do Senhor contra o pecado e sua vinda para trazer julgamento aos perversos. Aqui, entretanto, sua ira dirige-se mais aos inimigos de Israel do que aos israelitas. Naum descreve o Senhor como um Deus zeloso e vingativo, que virá com ira abrasadora contra seus inimigos. Esse caráter zeloso de Deus foi apresentado em Êxodo 20.5, e mais tarde com mais pormenores em Deuteronômio 32.21 e ss. Muitos textos descrevem o Senhor como "tardio em se irar", mas grande em poder e ira contra aqueles que rejeitam sua graça (Êx

22.24; 32.12; Nm 14.18; Js 7.1; Ed 9.15; Jó 20.23). No Novo Testamento, os oito "ais" sobre os líderes hipócritas do tempo de Jesus apresentam a mesma ira ardente para com os que rejeitam deliberadamente a Lei e a graça de Deus (Mt 23). Essa ira chega ao auge na grandiosa e terrível descrição da vinda do Senhor em Apocalipse: 14.10,19 e 19.15 para julgar seus inimigos enquanto livra o seu povo.

7.5.2. Livro de julgamento não-aliviado

Nenhum outro livro da Bíblia é tão enfático na mensagem de julgamento e mi- sericórdia não aproveitada. Suas únicas "boas novas" são a profecia sobre a destruição de Nínive (1.15). Foi tão grande a preocupação do profeta com os pecados e o julgamento daquela cidade, que os pecados de Israel ou Judá não foram nem mesmo aludidos. O Senhor dedicou um livro inteiro para descrever vivamente sua grande ira contra um povo que vivia na violência, pilhagem e derramamento de sangue, e que deixou de permanecer em sua misericórdia dispensada através de Jonas, profeta de Deus.

7.5.3. Nínive, a grande cidade-rainha destruída.

Não há dúvida de que é este o livro que Jonas gostaria de ter escrito (Jn 4.2), ao não compreender que o Senhor tinha antes uma colheita a fazer naquela cidade. Sua curta profecia da destruição de Nínive está aqui amplificada, sem a data de execução, "quarenta dias". Embora o arrependimento dos ninivitas tenha adiado o seu julgamento, a retomada da antiga perversidade e violência apenas intensificou o peso do seu castigo, sobretudo diante do desrespeito à sua misericórdia. A antiga cidade de Nínive era um símbolo clássico do mundo quanto ao seu poder, violência e rebeldia contra Deus desde o tempo de Ninrode (Gn 10.9-11). Mas quando Deus ordenou sua destruição, ela foi aniquilada tão completamente que a antiga rainha das cidades ficou esquecida durante muitos séculos, coberta com areia, transformada em um deserto.

7.5.4. Admoestação internacional de Naum a todas as nações

A notável lição de Naum para as nações é que a "lei da selva" não é a Lei de Deus. Embora o pecado e a violência possam ficar sem punição por algum tempo dentro da longanimidade divina, todavia não serão esquecidos. Neste caso não está apenas em jogo o "tempo" de Deus, mas também a justificação do seu caráter (Êx 34.6-7; Nm 14.18). Apesar de ele ser "tardio em irar-se" e estar sempre interessado em mostrar-se misericordioso, não é absolutamente imune à ira quando sua lei é impugnada e sua graça desprezada. O Deus vingador descrito por Naum é um dos quadros mais aterradores da Bíblia. Enquanto o Livro de Jonas apresenta a misericórdia do Senhor estendida aos gentios desconhecedores da lei mosaica, Naum retrata a ira e o julgamento divino das nações, conheçam ou não a lei de Moisés.

7.5.5. Cristologia em Naum (1.15)

Mesmo sem referências especificas ao Messias no Livro de Naum, a proclamação das "boas novas" em 1.15 tem uma referência indireta a Cristo e seu evangelho. É uma referência a Isaías 52.7, mais tarde aplicada por Paulo em Romanos 10.15 quanto ao aspecto libertador do evangelho. É um lembrete de que o primeiro objetivo de Naum foi consolar Israel a respeito da ameaça nacional por parte do cruel e perverso inimigo do Oriente. Além disso, as boas novas do evangelho são que Cristo não somente traz o livramento dos inimigos, mas também os benefícios reais, da salvação (Lc 1.71). O Deus prefigurado por Naum não é diferente do Cristo do Novo Testamento.
(Comentário Bíblico Moody) sobre o livro de Naum.

Introdução Esboço Capítulo 1 Capítulo 2 Capítulo 3


INTRODUÇÃO

Título. Como acontece com todos os livros proféticos do Velho Testamento, este também leva o nome do seu autor. Naum (nahûm) significa "consolação" ou "consolador". A natureza do conteúdo da profecia está indicada no título : "sentença". Quando usado tecnicamente entre os profetas, significa aquilo que é um peso no coração de Deus e também no coração do profeta; isto é, uma mensagem ameaçadora ou de juízo. O tema único do livro é Nínive, a antiga capital do Império Assírio.

Data e Autoria. O Livro de Naum é suscetível de ser datado dentro dos limites de meio século. De pesquisas arqueológicas sabe-se que Nínive caiu em 612 A.C. A predição de Naum foi escrita provavelmente um pouco antes da destruição da cidade. Além disso, em 3:8 o profeta menciona o cativeiro de Nô (Nô-Amom ou Tebas, a capital do Egito Superior) como acontecimento histórico. Assurbanipal da Assíria (668-626 A.C.) efetuou a tomada da cidade egípcia no ano de 663 A.C. Portanto, o livro pode ser datado entre 663 A.C. e 612 A.C., provavelmente mais próximo desta última data.

Embora nada se saiba sobre a vida de Naum, além da declaração de que ele era um elcosita, nenhuma evidência válida tem sido apresentada para declarar que qualquer outro tenha sido o autor da profecia. Até mesmo o lugar de nascimento do profeta não é bem conhecido. Três sugestões principais quanto à sua identidade têm sido apresentadas. 1) Era uma cidade ao norte de Nínive. Este ponto de vista fundamenta-se em tradição que vem desde o século dezesseis. 2) Jerônimo, tradutor da

Naum (Comentário Bíblico Moody) 2

Vulgata, identificou-se com uma pequena vila na Galiléia. Não se pode afirmar com certeza que Cafarnaum tenha recebido o nome do profeta. 3) Um terceiro ponto de vista localiza Elcos no território ao sul de Judá. É bem possível que Naum tenha nascido na Galiléia e mais tarde exercido o seu ministério no sul.

Antecedentes Históricos. Junto com os profetas Jeremias, Habacuque e Sofonias, Naum foi uma testemunha no Reino do Sul. O Reino do Norte foi levado para o cativeiro pela Assíria quase um século antes (722-721 A.C.). Agora estava no propósito de Deus visitar aquela nação que fora a vara da ira de Deus contra Israel. Nínive tinha genuinamente se arrependido nos dias do profeta Jonas, mas agora estava pronta para o juízo por causa de sua crueldade e cupidez. Ela fora cruel na guerra e gananciosa em acumular riquezas desonestamente. O poder que governara a Ásia ocidental por cerca de três séculos agora já fora derrotado pelo poder combinado dos babilônios e medos.

ESBOÇO

Capítulo I

I. Título 1:1.

II. O majestoso Deus de Israel. 1:2-8.

III. O juízo de Deus sobre a Assíria. 1:9-14.

IV. O livramento de Judá. 1:15.

Capítulo II.

I. Uma canção de escárnio sobre Nínive. 2:1, 2.

II. O cerco de Nínive. 2:3-7.

III. O destino de Nínive. 2:8-10.

IV. A razão da queda de Nínive. 2:11-13.

Capítulo III.

I. O retrato da destruição. 3:1-3.

Naum (Comentário Bíblico Moody) 3

II. O fracasso moral de Nínive. 3:4-7.

III. A advertência ignorada de Nô-Amom. 3:8-10.

IV. A desesperança da condição de Nínive. 3:11-19.

COMENTÁRIO

Naum 1

I. Título. 1:1.

1. Sentença contra Nínive. A designação indica que a profecia é uma mensagem pesada ou uma sentença judicial contra Nínive (cons. Is. 13:1; Zc. 9:1; 12:1). A visão. A palavra hebraica (cons. Is. 1:1) é um termo técnico para uma revelação autorizada por Deus.

II. O Majestoso Deus de Israel. 1:2-8.

2. O SENHOR é Deus zeloso. O profeta, recordando o zelo passado de Deus em benefício do Seu povo quando ameaçado pelos assírios, está confiante de que agora Ele não deixará de fazer o mesmo protegendo e vingando. Quando as Escrituras falam de Deus chamando-o de "zeloso", não usam o termo no sentido em que se usa o mesmo para com os homens. Antes, significa que Deus é zeloso em manter Sua santidade e o governo justo do mundo (cons. Êx. 20:5; Nm. 25:11, 13). Deus ama o Seu povo, e deve acertar os erros perpetrados contra ele na deportação do reino de Israel e na invasão do reino de Judá, ambas feitas pelo reino da Assíria. O SENHOR toma vingança. Três vezes neste versículo o profeta declara que Deus se vingará dos seus inimigos. O pronunciamento é feito com solenidade e certeza de que há muito o Deus justo determinou iniciar o juízo contra os seus adversários.

3. O SENHOR é tardio em irar-se. O fato da vingança de Deus ser proclamada sem rodeios e repetidas vezes não é motivo para se deduzir que a decisão divina tenha sido apressada; antes, ele é paciente. É loucura imaginar que a paciência do Senhor brota da falta de poder

Naum (Comentário Bíblico Moody) 4

(veja Êx. 34:6, 7). O Senhor não pode ser induzido a lidar com os culpados como se fossem inocentes. Seria uma negação de sua natureza. Na tormenta e na tempestade. A onipotência de Deus está explícita no fenômeno do mundo natural, esses poderes elementares que o homem, mesmo atualmente, não tem poder de domesticar ou aproveitar (cons. Êx. 19:16-18). As nuvens são o pó dos seus pés. Deus usa as nuvens dos céus como o homem usa o pó da terra. Na literatura cuneiforme de Ras Shamra (Ugarita) na Síria, os poetas pagãos falam de seus deuses cavalgando as nuvens. Mas só o Deus verdadeiro tem capacidade de tais feitos de poder e majestade (cons. Sl. 104: 3).

4. Ele repreende o mar. Sob as ordens de Deus, os rios e os miares secam, como o Mar Vermelho e o Jordão (Is. 50:2). Nosso Senhor Jesus manifestou este poder no Mar da Galiléia (Mt. 8:26). Desfalecem Basã ... Na terra prometida Basã era famosa por suas ricas pastagens, o Carmelo por suas vinhas e o Líbano por suas florestas majestosas. Mas tudo podia secar se fosse a vontade do Senhor (cons. Is. 33:9; Os. 14:7).

5. Os montes tremem. Os terremotos, que nivelara montes e colinas, estão sob o controle de Deus ; o fogo também serve para Seus propósitos irresistíveis. Mais ainda, qualquer atitude de secar a terra envolve aqueles que nela habitam.

6. Quem pode suportar? Se o Deus onipotente pode assim manipular as forças e os fenômenos da natureza, como poderia o homem insignificante pretender enfrentar a indignação do Senhor? Estas perguntas retóricas do profeta sugerem a sua própria réplica poderosa. As rochas são por ele demolidas. A atividade vulcânica atende à mão poderosa de Deus.

7. O SENHOR é bom. Para que os contemporâneos do profeta não recebam uma impressão errada de Deus, como se Ele fosse amedrontador e austero, Naum enfatiza agora três verdades confortadoras referentes a Ele. Primeiro, Ele é inata e inerentemente bom. Ele jamais pode ser associado ao atributo oposto. Segundo, Ele é o refúgio incomparável para os Seus no momento do infortúnio, "um

Naum (Comentário Bíblico Moody) 5

castelo forte", como Lutero disse no seu hino da Reforma. Terceiro, Ele conhece, dentro do amoroso cuidado convencional, todos aqueles que têm fé nEle (cons. SI. 1:6; 144:3).

8. Com trevas perseguirá . . . os seus inimigos. O cuidado solícito de Deus não deve nunca ser interpretado como sentimentalismo fraco. O Senhor jamais compromete Sua verdade ou Sua santidade; portanto, seus inimigos serão tratados de maneira sumária. O golpe será esmagador. Este versículo antecipa o que Naum desvenda relativamente a Nínive nos capítulos seguintes do livro. As Escrituras empregam a figura de um rio transbordante para representar um exército invasor que invade uma terra e espalha a desolação por onde passa (cons. Is. 8:8; 10:5-19). Como matéria de interesse histórico, Ctesias (um historiador grego do século quinto A.C.) conta que, durante uma festa de bêbados em Nínive, uma súbita inundação do Rio Tigre varreu a Cidade e levou os alicerces do palácio, permitindo assim que o exército babilônico entrasse e queimasse a cidade.

III. Deus Julga a Assíria. 1:9-14.

9. Que pensais vós contra o SENHOR? Nesta porção do capítulo o profeta prediz a derrota das forças assírias. A pergunta de Naum, em seu discurso abrupto, implica em perplexidade diante da audácia do inimigo estrangeiro em sua tentativa sem sentido e fútil de tentar obter vantagens de alguma forma contra o Senhor. Resumidamente, o profeta pergunta: "Como podem vocês esperar lutar contra tal Deus como o de Israel?" (com. Is. 37:23-29). Ele mesmo vos consumirá de todo. O castigo que Deus pretende dar aos assírios seria tal que jamais teria de repeti-lo. Seria um golpe irreparável.

10. Os espinhos. Um povo agrícola, como Israel, facilmente compreenderia a figura viva dos espinhos entrelaçados e do restolho totalmente seco. Como bêbados. O que tornou o exército assírio mais fácil de ser vencido foi o fato de se encontrarem os assírios no meio de sua farra durante o cerco da capital. De acordo com o historiador

Naum (Comentário Bíblico Moody) 6

Diodorus Siculus (The Historical Library, 2:26), o rei e seus cortesãos foram tomados de surpresa no meio de sua orgia; e o império caiu.

11. De ti . . . saiu. Embora alguns estudantes da passagem não queiram identificar esta pessoa especificamente, aceita-se de modo geral que esse que planejara o mal contra o Senhor foi Senaqueribe da Assíria (705-681 A.C.), o filho de Sargão II (o invasor de Samaria). Ele aconselhava o mal (lit., belial, "coisa indigna"); mas não se saiu bem sob a controladora mão divina (cons. II Reis 19:22, 23).

12. Por mais seguros que estejam. Antes, embora estejam completos (isto é, com forças completas ou totais). Apesar do fato do exército assírio ser formidável (II Cr. 32:7), seria impotente contra o povo de Israel. A Assíria, que já dizimara muitos povos, seria ela mesma abatida (lit., podada) em seu desafio feito ao Senhor. Passarão. Para se dizer a verdade, o rei da Assíria, tendo 185.000 homens seus, mortos em uma só noite, interrompeu o cerco de Jerusalém e retirou-se para Nínive (II Reis 19:35, 36; Is. 37:36-37). Eu te afligi. Esta seção da passagem fala de Deus lidando com Israel. Embora tivesse permitido que as forças assírias castigassem Israel, não o faria mais (veja v.9, "por duas vezes").

13. Quebrarei o jugo deles. A Assíria teve sucesso em reduzir Judá a um reino vassalo, exigindo que pagasse tributo (II Reis 18:14), mas o Senhor determinara libertar o Seu povo. O jugo e laços do poder opressor seriam quebrados para sempre (veja também Is. 14-25).

14. Que não haja posteridade que leve o teu nome. O profeta dirige-se agora ao rei da Assíria e prediz o trágico fim de uma vida que desafia a Deus. A dinastia de Senaqueribe se extinguiria, uma profecia que se cumpriu com o suicídio de Saracus, bisneto de Senaqueribe, nos últimos dias do império Assírio. As imagens de escultura. Junto com a queda da dinastia viria o fim de sua adoração e idolatria. Sabe-se que os medos que, junto com os babilônios, destruíram o Império Assírio, eram inimigos da idolatria e gostavam de demolir os ídolos dos seus prisioneiros. Farei o teu sepulcro. O lugar da morte de Senaqueribe foi declarado nas Escrituras (II Reis 19:37; Is. 37:38). Enquanto o rei

Naum (Comentário Bíblico Moody) 7

adorava seus deuses no templo, seus filhos o assassinaram. Porque és vil. Quando foi pesado na balança da justiça divina, o monarca assírio foi constatado vil (lit., leve; cons. Dn. 5:27).

IV. O Livramento de Judá. 1:15-15. O que anuncia boas novas. Este versículo começa o capítulo 2 no texto hebraico; no que se refere à seqüência de idéias, ele também pode pertencer ao capítulo 1. A cena é aquela na qual os mensageiros anunciam uma libertação há muito esperada. As palavras fazem paralelo com Is. 52:7. Ali o profeta anuncia a liberdade da Babilônia; aqui é a liberdade da Assíria. A queda de Nínive (em 612 A.C.) seria bem recebida pelos judeus. Exatamente como Deus interveio em benefício de Judá e Jerusalém em 701 A.C. e dizimou o exército de Senaqueribe durante o reinado do piedoso Ezequias, assim Deus logo destruiria o Império Assírio completamente. Celebra as tuas festas. Manifestamente, era impossível executar as cerimônias religiosas da lei mosaica durante o prolongado cerco dos assírios, e foi difícil durante as décadas subseqüentes. Com a interrupção dessas crises e opressões, a cidade de Jerusalém retomaria à sua vida religiosa normal. Os teus votos. Nas horas da provação muitos dentre os piedosos devem ter feito votos ao Senhor. Passada a provação, essas promessas tinham de ser cumpridas. O homem vil. A referência é claramente ao ímpio Senaqueribe e seus sucessores no trono da Assíria (cons. v. 11). Não molestariam mais o povo de Deus. Romanos 10:15 aplica esta passagem ao bendito livramento efetuado pelo Senhor Jesus Cristo.

Naum 2

I. Uma Canção de Escárnio sobre Nínive. 2:1, 2.

1. Sobe contra ti. Com ironia e zombaria amarga Naum se dirige a Nínive, advertindo-a a que não poupe esforços e reforce todas as fortificações a fila de enfrentar o exército de Ciáxares, o medo, e Nabopolassar, o babilônio, que se aproximavam. Para se dizer a verdade,

Naum (Comentário Bíblico Moody) 8

tudo seria inútil, pois o Senhor mesmo decretara a queda da Assíria. O sarcasmo e a zombada servem para destacar a desesperança do inimigo de Judá de maneira mais vigorosa.

2. A glória de Jacó. Com glória de Jacó e Israel entende-se a terra e o Templo de Deus. Embora favorecidos pelo Senhor, estavam sob a vara do castigo divino por causa do pecado de Israel. Destruíram os seus sarmentos. Nas passagens do V.T. a herança do Senhor é comparada a uma vinha (cons. Is. 5 com Sl. 80: 8-16). Ela sofrera com a crueldade da Assíria, que a despojara à sua vontade.

II. O Cerco de Nínive. 2:3-7.

3. Vermelhos. No seu retrato da tomada de Nínive, os homens poderosos são as forças dos medos e dos babilônios. Eles gostavam particularmente do vermelho (veja Ez. 23:14). Fadam seus escudos vermelhos pintando-os ou cobrindo-os de cobre. Calvino acha que eles o faziam para amedrontar o inimigo com a vivacidade da cor e para esconder o sangue de seus ferimentos, para que o inimigo perdesse a confiança. Escarlate. Xenofonte achava que esta era a cor preferida dos medos, a qual usavam para suas túnicas militares. Cintila o aço dos carros. Alguns dos carros de guerra cintilavam com o reflexo do aço das gadanhas fixas em ângulo reto aos seus eixos para formar os chamados carros de gadanha. Qualquer um pode imaginar como eram terríveis essas armas que podiam derrubar tudo o que resistisse ao progresso do exército. E vibram as lanças (os abetos serão terrivelmente sacudidos). Introduzir aqui abetos não dá bom sentido à passagem. Provavelmente é melhor entender que o profeta está descrevendo lanças feitas de ciprestes que estão sendo sacudidas pelos lanceiros prontos para o conflito.

4. Os carros passam furiosamente pelas ruas. Os ninivitas não aceitariam a invasão de sua capital sem se atarefarem em sua defesa. Os carros de guerra, convocados para a batalha, correriam de lá para cá na cidade assediada. Os velozes carros disparando de um lado para outro por causa do pânico pareceriam tochas acesas sob a luz do sol. Sua

Naum (Comentário Bíblico Moody) 9

rapidez, segundo a visão que Naum teve deles, poderia ser comparada a dos relâmpagos. Esta é uma das melhores descrições de um cerco na literatura, se não a melhor. Não dá bons resultados imaginar que é uma referência aos automóveis modernos, como pensam alguns. Tal manuseio das Escrituras não é digna do estudante sério das Escrituras.

5. Os nobres. Os líderes militares assírios, com o rei à frente, convocariam os mais corajosos soldados para o serviço militar. Eles atenderiam, por estranho que pareça, tropegamente; seriam apanhados completamente desprevenidos. Em sua perplexidade seriam de pouca ajuda na crise. Ao muro. Antigamente era de suma importância proteger-se o muro da cidade; por isso os mais hábeis defensores colocavam-se junto dele. Quando o amparo for preparado, E.R.C. Em lugar de amparo, leia-se mantelete (ASV). Era algum tipo de proteção móvel, sob cuja proteção os defensores podiam rapidamente efetuar o contra-ataque.

6. As comportas dos rios se abrem. Tem-se entendido que os assírios, de posse das comportas que controlavam as águas do rio Chaser, que fluía através da capital, abriram-nas, de modo que os edifícios foram inundados e o palácio foi finalmente solapado pelas águas. É mais provável ainda que, tendo resistido em sua cidade fortificada por dois anos, os assírios testemunhassem pesadas chuvas que derrubaram os muros da cidade. Quando os canais do Rio Tigre foram abertos, o palácio foi destruído.

7. Está decretado. Os intérpretes ainda estão em dúvida se esta palavra deve ser tomada como nome próprio (Huzzab) ou se é um verbo que significa "está decretado". Nenhuma rainha de Nínive teve esse nome, nem alguma deusa assíria. A passagem é clara se conservarmos a força do verbo. Levada em cativeiro. Conforme Deus já determinara, a cidade iria para o cativeiro, enquanto as servas, os habitantes da metrópole, lamentariam a queda de uma amada cidade.

Naum (Comentário Bíblico Moody) 10

III. O Destino de Nínive. 2:8-10.

8. Desde que existe. Cons. Gn. 10:11. Como um açude de águas. Alguns intérpretes têm considerado esta declaração como significando que a população de Nínive era heterogênea, como um açude alimentado por muitos tributários, com um único objetivo em mente, enriquecer. O sentido literal é melhor. A cidade era como um açude de águas devido aos diques à volta da cidade que formavam uma barreira de água. Mas em vez de fornecer segurança, não ajudaram nada às pessoas que fugiram em pânico. Parar, parar. A ordem dos líderes militares a que mantivessem suas posições contra os invasores de nada adiantaria na hora da confusão.

9. Saqueai. O Senhor está representado dirigindo-se aos vitoriosos, convocando-os a despojarem a cidade da sua prata, ouro, móveis e todas as riquezas. A inundação da cidade seria temporária, por causa da posição elevada de Nínive acima do Tigre. Escritores antigos confirmam que haviam grandes tesouros acumulados em Nínive, resultado de repetidas campanhas dos edificadores do império assírio.

10. Vacuidade, desolação, ruína! A cidade antes influente e rica está descrita como abandonada, desolada, despojada e completamente destruída. As palavras do original transmitem a idéia de vacuidade. O coração se derrete. A coragem desapareceu e ninguém tem o coração disposto a continuar a luta. Os sobreviventes vêem com tristeza e terror a ruína de sua antes magnificente cidade.

IV. A Razão da Queda de Nínive. 2:11-13.

11. Onde está agora o covil dos leões? O profeta, antevendo os acontecimentos, pergunta com zombaria à orgulhosa cidade para onde foi o seu orgulho e para onde fugiu a sua proclamada coragem. A figura do leão indica a ganância dos governantes e do povo. A comparação é bastante apropriada, porque os leões de diferentes formatos, com asas e às vezes com a cabeça de um homem, eram freqüentemente vistos nas esculturas assírias. As predições de Naum se cumpriram tão literalmente

Naum (Comentário Bíblico Moody) 11

que durante séculos exércitos marcharam sobre o sítio de Nínive sem perceber o que jazia sob os seus pés.

12. O leão arrebatava. A crueldade sem precedentes dos assírios foi o motivo de sua queda sob o golpe de Deus. Ruínas assírias revelam como os seus monarcas foram rapaces. Eles se vangloriavam de que fadam o sangue de seus inimigos jorrar dos altos das montanhas. Um deles chegou a declarar que atingiu uma montanha de vermelho com o sangue dos seus inimigos.

13. Queimarei . . . os teus carros. A resposta divina para esta série de atrocidades era que Ele acabada com os carros assírios, objeto de confiança fundamental dos seus exércitos. Considerando que a Assíria se deleitava em incendiar as cidades de outras nações (quase toda descrição de batalha incluía tal declaração), ela seria recompensada do mesmo modo. Já não se ouvirá. Durante anos os reis assírios exigiram o pagamento de tributo dos povos conquistados; agora a voz desses mensageiros silenciaria para sempre. O povo e a sua posição seriam destruídos igualmente.

Naum 3

I. O Retrato da Destruição. 3:1-3.

1. Cidade sanguinária. Nínive foi fundada e mantida à custa de homicídios, derramamento de sangue e constantes guerras. Cheia de mentiras e de roubo. Dentro do reino, como também fora dele, as promessas eram quebradas e o desrespeito às tréguas era coisa comum. A extorsão e a violência estavam na ordem do dia. Que não solta a sua presa. Ela jamais deixara de viver da pilhagem e rapina. O final da história da Assíria é de quase ininterruptas guerras.

2. O estalo de açoites. Como no capítulo 2, Naum descreve em termos vivos o sítio da cidade. O leitor que chega a ouvir o barulho dos açoites incentivando os cavalos, o chocalhar das rodas dos carros de guerra, o galope aos cavalos, o sacolejar dos carros. Chega até a ver o

Naum (Comentário Bíblico Moody) 12

relampejar das espadas e o rebrilhar das lanças; e então a morte – por toda parte.

3. Tropeça gente sobre os mortos. Neste cerco não havia tempo para um sepultamento decente, tão importante no mundo antigo; os vivos tropeçavam sobre os montes de mortos. Nenhum trecho de literatura hebraica ultrapassa em intensidade esta descrição.

II. O Fracasso Moral de Nínive. 3:4-7.

4. A mestra de feitiçarias. Nínive é comparada a uma prostituta formosa. Tal figura quando usada com referência a Israel diz respeito à idolatria dos judeus, porque eles tinham um relacionamento convencional com Deus. No caso da Assíria, a prostituição consistia no tráfico da feitiçaria, o ocultismo. Através de suas velhacarias ela subjugava outros povos.

5. Levantarei as abas de tua saia. Nínive se desgraçara; agora Deus ia tomá-lo manifesto (cons. Is. 47:3; Ez. 16:37-41).

6. Imundícias. Refugos, sinal do maior desrespeito. Ela seria o alvo dos olhares de todas as nações.

7. Todos os que te virem, fugirão de ti. Aqueles que vissem a desolação da cidade fugiriam aterrorizados, não desejando participar de suas misérias. Ela ficaria sem amigos, objeto de zombaria e nojo.

III. A Advertência Ignorada por Nô--Amom. 3:8-10.

8. És tu melhor do que Nô-Amom. Tolamente Nínive não levara em conta o destino de Nô. Deus, que não faz acepção de pessoas, tinha de tratar do pecado de Nínive como fizera em Nô. Nô-Amom ou Tebas, a capital do Egito Superior, floresceu durante os reinados dos Faraós da Décima Oitava, Décima Nona e Vigésima Dinastias. Até os gregos e os romanos admiraram sua arquitetura. Os gregos se lhe referiam chamando-a de Diospolis, "Cidade de Deus ", porque o correlativo egípcio de Júpiter grego era adorado ali. Situada entre o Nilo e seus canais. Estava localizada sobre as duas margens do rio Nilo. O grande

Naum (Comentário Bíblico Moody) 13

poeta grego Homero falou dela como tendo cem portas. Ali Amam (ou Amum), o principal deus dos egípcios, era adorado na figura de um corpo humano com cabeça de carneiro.

9. Etiópia e Egito eram a sua força. Nô-Amom era muito melhor do que Nínive, pois enquanto esta última tinha se alienado das nações vizinhas, a primeira tinha feito alianças poderosas. A capital egípcia podia depender de um suprimento de fortes etíopes na sua fronteira meridional, como também da ajuda de toda a terra do Egito. A ajuda era tão extensa que o profeta a expressa em termos infinitos. Pute e Líbia. Tanto na Vulgata como na Septuaginta, Pute foi traduzido para Líbia. Nesta passagem, entretanto, Pute e Líbia são distintas uma da outra. Na opinião moderna Pute seria Punt, a atual Somalilândia na África. A Líbia aqui mencionada seria a Líbia (com sua capital em Cirene) do Norte da África.

10. Todavia ela foi levada ao exílio. Apesar de ter todas as vantagens geográficas e políticas, Nô-Amom sofreu horrível derrota nas mãos de Assurbanipal da Assíria (cons. Is. 20:3, 4). Tais atrocidades como as que foram perpetradas contra a cidade egípcia eram coisas comuns nas conquistas daquele tempo (veja II Rs. 8:12). A queda de Nô-Amom era coisa tão recente que Naum podia usá-la como paralelo excelente com o juízo que logo adviria a Nínive.

IV. A Desesperança da Condição de Nínive. 3:11-19.

11. Também tu . . . serás embriagada. O Senhor escreve suas lições em letras grandes sobre as páginas da história humana. Nínive deixou de perceber a advertência divina no destino de Nô-Amom. Não que seria interrompida no meio de uma orgia, mas que beberia até o rim a taça da ira de Deus (quanto à figura, veja Is. 51:17, 21.23; Jr. 25:15-28; Ez. 23:33, 34). E te esconderás. A profecia foi cumprida ao pé da letra. Nínive desapareceu do cenário da história – até 1842, quando o francês Botta e os ingleses Layard e Rawlinson descobriram o local da antes famosa metrópole.

Naum (Comentário Bíblico Moody) 14

12. Todas as tuas fortalezas são como figueiras. Na hora da necessidade extrema Nínive descobriu que nenhuma de suas fortificações serviam para enfrentar os ataques do inimigo. Os figos maduros são colhidos com facilidade e não oferecem resistência; assim Nínive ficaria nas mãos dos seus inimigos.

13. Mulheres. No meio do pânico os guerreiros não seriam mais capazes que mulheres aterrorizadas. As portas do teu país estão abertas de par em par. Uma vez abertas as entradas da cidade sem a necessária defesa, o inimigo acharia muito fácil entrar e queimar a capital sitiada.

14. Tira água. Novamente Naum volta-se da descrição da derrota iminente para zombar e fazer pouco da ímpia cidade. Para enfrentar um longo cerco, a água era artigo de primeira necessidade. O profeta a adverte a acumular bons suprimentos. Entra no barro. O inimigo sem dúvida traria armas de demolição a fim de abrir brechas nos muros da cidade. Assim haveria necessidade imediata de tijolos para reparação dos buracos que fossem abertos nos muros.

15. O fogo ali te consumirá. Inúteis seriam todas essas medidas desesperadas, pois tanto o fogo como a espada abateriam Nínive. A história antiga e a arqueologia moderna, ambas atestam o fato de que a predição de Naum se realizou e a cidade foi destruída pelo fogo. Como a locusta. A locusta é muito conhecida pelo seu poder destruidor. Nínive ficaria com a aparência de ter sido invadida por uma praga de locustas. Então, de repente mudando de rumo, o profeta compara o povo de Nínive a um bando de locustas. Mesmo se fosse tão numerosos como um bando de locustas, não escapariam ao que o profeta estava profetizando.

16. Fizeste os teus negociantes mais numerosos. Ninguém podia duvidar do destaque comercial da cidade. Era um dos grandes centros comerciais do mundo antigo. Seu comércio com outras nações, especialmente a Fenícia, era lucrativo. E sai voando. O que fora acumulado durante muitos anos com luta paciente e infatigável, seria todo levado pelo inimigo.

Naum (Comentário Bíblico Moody) 15

17. Os teus príncipes saio como os gafanhotos. De que serviriam os grandes chefes militares no dia da calamidade? Eles são comparados a enxames de locustas com as asas endurecidas pelo frio, as quais, depois de aquecidas pelos raios solares, recuperam a força e a vitalidade e fogem voando. As locustas no Oriente Médio são tão destrutivas que a língua hebraica tem quase uma dúzia de nomes para elas. As locustas podem desaparecer sem deixar vestígios e foi esse o aspecto considerado aqui.

18. Os teus pastares dormem. O sono da morte seria a porção dos oficiais do rei e dos governadores. Pelos montes. O povo da Assíria seria espalhado pelas montanhas ao norte de sua terra, sem que houvesse alguém para tornar a reuni-lo.

19. Não há remédio para a tua ferida. Não haveria compensação para as perdas e destruições sofridas pela Assíria. Não se menciona remanescentes ou sobreviventes. Baterão palmas sobre ti. Aqueles que ouvissem as notícias da calamidade se regozijavam com o destino do insensível império. Aplaudiriam a paga finalmente recebida pelo seu opressor. A tua maldade. A pergunta é feita ao rei como representante do reino. O governo do tirano chegou a um fim inglório em 612 A.C., de acordo com as Crônicas Babilônicas. A profecia de Naum conclui assim com uma forte declaração de causa e feito morais: perversidade e desgraça, crueldade e calamidade, crime e catástrofe.